terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Poesias e outras

Textos de Sérgio Oliveira, MEMBRO DA ACL, ACADEMIA CALÇADENSE DE LETRAS.




AS PALAVRAS

As palavras...
Não contém mágoas,
Sobrevivem a todo momento.
Hoje, eu a amo,
Ontem, eu a amei,
Amanhã, após a morte, a deixarei.

As palavras...
Nunca rimam,
Um dia, magoa,
No outro, alivia;
É um coração
Aberto a todos que amam.

As palavras...
Às vezes, soam certas,
Outra hora, nos fazem chorar.
Nada pode explicá-las
Nem mesmo, o sol mais belo.

As palavras...
Nossa primeira amiga,
Nascem e morrem junto a nós.
Procuramos entendê-las
Embora, nunca aprendemos.

As palavras...
O horizonte sem fim.
Talvez, algum dia
Em alguma avenida,
Possamos encontrar nas palavras
O seu começo, meio e fim...


Talvez

O mundo talvez Deus o fez
Cristo Jesus talvez fosse era uma vez.
Perdeu-se na amargura a imaginação
Deixando perder a fé de ilusão.
Fome talvez massacrasse o irmão...
Represália talvez jugulasse seu coração.
Bebês vivendo em vida noturna
Não tendo como presente a fortuna.
Feliz talvez estivesse a nação...
Jururu talvez almejasse por salvação.
Brinco-de-princesa* rolou no gramado
Retalhando um jovem drogado.
Batalhas talvez voltem à ativa
Bombas talvez caíssem à deriva.
Queriam encontrar a paz
Um bem que alguém a faz
Mendicantes talvez se suicidem no natal
Crianças despojadas talvez durmam sobre jornal
Onde estará a razão
Para tanta consternação?
Amanhã talvez eu viva a crer
Que algo lá em cima talvez possa haver.
Seremos sempre retratos passados...
Bombardeados por nossos cegos pecados.
Devaneios de um talvez retratem o poema sem leme
Fortalecendo-me que talvez alguém me ame
Transportando para minha memória...
Palavras que talvez componham o universo e sua história.
No céu talvez possa haver uma abjurada lua
E o Éden talvez possa ser um embuste pedindo esmola na rua.
Talvez o depauperamento seja um ideal
E chorar uma ausência de conhecimento sentimental.
O universo talvez seja uma conspiração
E o Brasil uma clarabóia densa de lodo e putrefação.
Talvez não haja diferença entre ser herege ou não,
Afinal quem poderá explicar uma fidúcia oculta na imaginação.

*SIGNIFICA ‘LÁGRIMAS’.


BRASÍLIA

Como é bela
A cidade do Planalto Goiano.
Instalada solenemente
Em 21/04/1960,
Formosidade aparenta.
Escolhida como capital
O sonhado presente de natal.
Lúcio Costa trouxe seus planos
Elaborados há tantos anos,
Sendo por todos aprovados,
Mas, por alguns, ignorados.
Oscar Niemeyer, seus edifícios projetou,
Ato que se orgulhou.
Hoje atualmente esquecido
Sem ter recebido o valor merecido.
Houve arrojadas construções,
Como a Catedral,
Uma histórica beleza sideral.
No governo de Juscelino Kubtschek...
A mesma onda continuou,
Brasília foi fundada,
Por todos aprovada...
Somente queria falar
Entender o motivo,
Porque Oscar Niemeyer e Lúcio costa,
Foram esquecidos, como uma aposta,
Ou somente um mero fruto improdutivo.


A TRADUÇÃO NO SORRISO DE ANA CARLA (PARTE 1)

A perfeição Ornamenta os devaneios da Mãe Natureza. Quão cintilante estrela a beldade se traduz por Ana Carla, eis o toque mágico que goteja a inocência de um sorriso de criança. O azul celeste colore o atinado conto de fadas, Ana Carla, a Menina Framboesa, traz de volta à união do reino garboso, literalmente, a chama viva alimenta esperanças para edificar um mundo de blandícia.

A fé conduz seu “day by day”, as feridas e derrotas se desmancham na avenida definhada pelo outro lado do sistema. Seus cabelos ao vento lançados e na dimensão ornitológica resgatada, voando, voando, por terras sem fim.
Ana Carla com ternura rege uma filarmônica sideral que difunde harmonia entre os deuses. A doce boneca de porcelana inspira um narrador, entre um limite e outro, pois em seu coração habita um DEUS, o qual revela ao escritor os caminhos da poesia.

Assim como Ana Carla, garota Morango, outras da mesma, pedem carona rumo à paz mundial. Ana Carla é uma palavra sem tradução, é uma poesia navegando pelos sete mares, é a canção dos marinheiros solitários, enfim, um pouco da beleza da poesia do eterno poeta Pablo Neruda*.

*Pablo Neruda poeta chileno. Seu nome verdadeiro era Neftalí RICARDO REYES BASOALTO. NASCEU AOS 12 DE JULHO DE 1904, EM PARRAL, E MORREU AOS 23 DE SETEMBRO DE 1973, EM SANTIAGO, VÍTIMA DE CÂNCER NA PRÓSTATA.

À minha amiga de Mossoró-rn, Ana Carla Montenegro.

QUANDO VOCÊ VOLTAR


Preso ao quarto
Beijo seu retrato,
Guardo a tela
Da borboleta mais bela.
Sou as pegadas do caminho
No útero o bebê sem carinho
Sobre o arranha-céu andei
Do 27º andar me joguei.
Fui laço e poesia
A sua última sinfonia.
Exilado no oceano Atlântico
Escrevi um triste cântico.
Naquele porto ao lado
Além do meu passado
Chorei profundamente
Ingerindo tequila e aguardente.
Houve o devaneio
E um pequeno recreio
Houve um beijo
E o eterno desejo.
Olhos verdes da borboleta
Deu cor à minha jaqueta.
Como pó de giz
Ficou uma cicatriz.
Serei futuro e presente
A gota d ‘água da nascente
Não chore querida
Serei sua vida.
Não tenho planos
De vida, poucos anos,
A solidão vencerá
A morte me levará.
Sou luz e inspiração
Ilumino metade do seu coração
Sou escuridão e saudade
Anjo branco carente de felicidade.
Quando a tempestade cessar
Sei que tudo vai mudar
Lágrimas ainda “eu” vou derramar
Até quando você voltar.

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